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Ômicron: como evitar o uso errado da máscara 'certa'

  • Terra -

À esta altura da pandemia, e em pleno avanço de uma variante bastante transmissível do coronavírus, muito já foi falado sobre a capacidade de boas máscaras de filtrar mais as partículas de ar e, dessa forma, aumentar a nossa proteção contra a covid-19.

Mas um aspecto que nem sempre ganha a atenção necessária é a vedação das máscaras - ou seja, o ajuste correto dela ao rosto, que permita que você só inspire ar que tenha sido filtrado pela máscara.

E, da mesma forma, que garanta que o ar que você vai expelir também passe por um filtro eficaz, protegendo as pessoas ao redor.

Na prática, máscaras que deixem pequenos espaços abertos no rosto - acima do nariz ou nas laterais, em particular - não estão filtrando todo o ar que você respira.

"Vedação das máscaras é um ponto crítico que não é tão levado em conta. Não adianta o filtro da máscara ser bom se o ar não estiver passando por esse filtro", explica à BBC News Brasil o físico Vitor Mori, integrante do Observatório Covid-19 BR e defensor do uso de boas máscaras como uma estratégia importante na contenção do coronavírus.

"Precisamos de máscaras melhores não porque o vírus ficou mais infeccioso, mas sim porque o risco de nos expormos a pessoas infectadas cresceu", afirma ele.

A máscara PFF2 (ou N95) é considerada a melhor para se proteger contra o coronavírus, por sua altíssima capacidade de filtragem das partículas de ar.

Além disso, seu elástico vai atrás da cabeça, o que aumenta sua aderência ao rosto.

"A máscara coleta praticamente todas as partículas que chegam até o filtro. Então a limitação na proteção está no vazamento", prossegue Mori.

Ou seja, se ela estiver bem vedada, oferecerá uma alta proteção. Mas, se não estiver bem vedada, sua capacidade de filtragem não estará sendo plenamente utilizada.

E essa boa filtragem é particularmente importante quando frequentamos lugares fechados, com muita gente ou com baixa circulação de ar - por exemplo escritórios, transporte público ou supermercados -, onde podem se acumular partículas de aerossol potencialmente contaminadas com o coronavírus.

"A utilidade das máscaras é reduzir nosso risco de exposição ao vírus", explica à BBC News Brasil a pesquisadora Eugenia O'Kelly, do Centro de Design em Engenharia da Universidade de Cambridge (Reino Unido) e da força-tarefa de engenharia de proteção respiratória contra a covid-19 da faculdade britânica.

Quanto melhor for a barreira oferecida pela máscara, menor é a chance de inalarmos quantidades prejudiciais de partículas virais, ela agrega.

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